No final do curso da Formação Feminina as alunas organizavam um Lanche para dar a conhecer as técnicas que tinham aprendido no que respeitava à organização das tarefas do lar.
Este lanche organizado com toda a pompa e circunstância era avaliado por um júri que atribuía a respectiva nota.
Neste cartão que a Lucília guarda na sua caixa de recordações dá-nos conta da prova organizada em 15 de Junho de 1962.
Comentários:
Que peça bonita!
Reconheci as assinaturas de Alice Carvalho, Elvira Bento Monteiro, José Manuel Bento Monteiro, José Amílcar Craveiro Paiva e Joaquim Manuel Abreu Sarmento. Só não fui aluno do Dr. Sarmento, mas tive com ele algumas peripécias que guardo na gaveta mais funda da secretária da memória. As duas mulheres marcaram-me para a vida: a Drª. Alice , que me mostrou, cedo, que vale a pena acreditar sempre no futuro; a Drª. Elvira, por ter aclarado, sedimentado e incentivado o gosto pela leitura, que ainda hoje pratico.
Orlando Sousa Santos.........09-09-2008
Ao ver o comentário que o Orlando deixou, vejo que não foi só a mim que a Dra Elvira Bento Monteiro incutiu o gosto pelo uso da escrita e da leitura da lingua portuguesa. Mais de 40 anos depois lembro-me, como se fosse hoje, do comentário que ela me dirigiu, e ao calmeirão do Orlando Manuel Matias da Graça, que nunca mais encontrei, após um exercício de leitura de um texto em Português. O Orlando Graça, com aquela voz grossa que o cracterizava, e eu bem mais miúdo, e de aspecto mais frágil, com a voz a condizer. Mas que bom foi ouvir as palavras da nossa professora. Não sei se o Orlando nos segue, nem se se lembra do elogio, mas no que me concerne, e após 32 anos fora de Portugal, creio que a ela devo o gosto pela leitura dos nossos escritores, e pela nossa lingua. Só gostei um pouquinho menos foi dos Lusiadas, na altura em que eram parte obrigatória do currículo.
Obrigado Dra Elvira, e se o Miguel BM aparecer por aqui, publicamente lhe peço que agradeça à sua mãe por tudo o que ela fez por nós.
J.L.Reboleira Alexandre......10-09-2008
Nunca é demasiado tarde para reconhecer o papel que os mestres acima destacados desempenharam na formação pessoal dos jovens que então éramos, mesmo que esse testemunho se faça à distância de várias décadas. No que ao gosto pela leitura se refere, gostaria de destacar o nome do dr. José Manuel Bento Monteiro e acrescentar o super nome da dra. Deolinda Ribeiro. Sobre o primeiro, já teci alguns considerandos noutras ocasiões. Sobre a segunda, recordaria as bibliotecas de turma que punha os alunos a dinamanizar nas aulas de «Língua História Pátria» do antigo Ciclo Preparatório, os muitos títulos que lemos e comentámos oralmente e por escrito, as pesquisas que nos sentimos obrigados a fazer numa altura em que a NET não existia nem sequer nas imaginações mais delirantes. A dra. Elvira Bento Monteiro fez verdadeiros milagres em muitos de nós, sobretudo se nos lembrarmos que os planos curriculares da época reduziam o estudo da literatura a pouco mais do que a uma resenha biobibliográfica bastante sucinta dos respectivos autores e a análise d’ «Os Lusíadas» em pouco ultrapassava a divisão e classificação de orações, a hiperbolização dos heróis nacionais ou o esclarecimento rápido de algumas figuras míticas destacadas por Camões na composição da epopeia. O estudo mais aprofundado dessa e doutras obras da Literatura Portuguesa teria de esperar por outros contextos mais adequados. De qualquer modo, o bichinho da leitura, os alicerces da cultura literária, o gosto compulsivo pelos livros vem-me, em grande parte, desse período. Com grande satisfação, tenho vindo a aperceber-me não ser um caso único na «República das Letras». Os depoimentos anteriores são uma prova cabal disso.
Artur R. Gonçalves.........11-09-2008
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