terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Baile Finalistas de 1971

No domingo, quando assistia no meu sofá predilecto ao episódio da série “Conta-me como foi”, vi retratada uma passagem de modelos no Ritz que me fez recordar o ano 1970/71 em que fui finalista do Curso Geral do Comércio. A minha opção de ser do Curso Geral do Comércio e não da Formação Feminina foi a agulha pois eu fugia dela como o diabo da cruz. A minha agulha acabou por ser a esferográfica.
Organizámos, com o fim de angariar fundos para a habitual e desejada viagem de Finalistas, um Chá Dançante que incluía uma Passagem de Modelos no antigo Casino das Caldas patrocinada pela Loja Goia na pessoa do Sr. Adelino Godinho, sendo extraordinário o seu empenho e colaboração para connosco jovens maçaricos no evento.
Já agora que estou a recordar lembrei-me do Baile de Finalistas também no Casino com o famoso Conjunto “OBJECTIVO”.
Este conjunto fazia furor na época pelas suas luzes psicadélicas e guitarras eléctricas no máximo de som fazendo o pessoal pular ao rubro. Depois de uma “geração”de Segundo Gallarza esta era a revolução dos sons.
Para nós foi uma excelente opção e para os nossos pais (que adoravam ir também ao baile, claro os que podiam), era uma oportunidade de mostrarem as toilettes e os penteados artísticos com muita laca, no entanto não acharam grande graça ao conjunto. “MARAVILHA”, desistiram rapidamente do controle.
Como podem ver em anexo depois de procurar nas minhas relíquias da escola encontrei a toalha vermelha assinada por diversos colegas e professores e que foi usada numa das mesas do baile

Amigo Zé Ventura deves estar admirado por eu escrever estas linhas, mas não sei o que me deu ……
Será Saudade.

Lúcia Vital Vasconcelos

Com é fácil de ver esta tolha está carregada de recordações, das dedicatórias escritas recortamos algumas que estão mais perceptíveis.







Comentários:
Os Objectivo estrearam no Casino o seu nome, derivado de uma votação no famoso Zip-Zip, em Abril de 1970. Ao que sei é daí que ficam os contactos que levam à sua contratação para esta ocasião, no ano seguinte.
Tiveram constantes mudanças na sua formação mas penso que a que veio às Caldas a este Baile de Finalistas é a mesma que eu vi actuar em Vilar de Mouros em Agosto de 1971: Zé da Cadela (bateria), Zé Nabo (baixo), Mike Seargent (guitarra) e Luís Filipe (guitarra e teclas).
O volume sonoro era realmente muito elevado e um dos responsáveis do Casino desligou mesmo a energia para os “convencer” a tocar a um nível mais razoável…Muito interessante este post, preciosas as recordações.

J.J. ............18-02-2009

Apesar do trabalho apertar por estes lados, aparecer por aqui é para mim mais importante que a missa do Domingo. Eu sei que o prior da freguesia não me vai levar a mal, pois ele sabe que eu sou bom rapaz, e como nunca pequei (será?) nunca precisei de confissão.
Isto tudo para dizer que sabe bem voltar a ver a assinatura de cunho bem feminino da minha linda (ainda o é )conterrânea Maria Alice Marques. Há quantos anos não a vejo, ocupada que anda lá pelas Lisboas. Quem sabe se não aparecerá um dia por aqui, agora que a Lúcia, tudo pessoal muito jovem, «and in very good shape» resolveu entrar no blog.

J.L. Reboleira Alexandre......18-02-2009
Quando até as toalhas das mesas dos Bailes de Finalistas são guardadas décadas a fio nas arcas das relíquias, podemo-nos perguntar o que é que terá ficado fora do arquivo. Parece que o «Conta-me como foi» (passa nos canais internacionais da RTP) continua a cumprir a sua função pedagógica de preservar a memória de uma época-charneira da nossa História recente, contrariando assim uma tendência tão nossa de nos transformarmos n’ «O país da não-inscrição», como nos alertava José Gil no «Portugal, Hoje. O medo de existir» (2004). Para quem pertence ainda à geração do Segundo Galarza do Ginásio da Escola, essas inovações psicadélicas de OBJECTIVO(S) e MARAVILHA(S) de Casino albergavam já uma sonoridade muito ousada, muito subversiva para as sensibilidades mais conservadoras dos paizinhos das meninas finalistas. A década de 60, ao atirarar da cadeira abaixo o tiranete de santa comba, começou desde logo a preparar o advento da década de 70, aquela que tantas novidades nos acabaria por trazer. A partir de então, a escolha absurda entre a «agulha» e a «esferográfica» passou em definitivo aos anais do irreversivelmente obsoleto, a ocupar o capítulo especial dedicado ao «no sense».

Artur R. Gonçalves.........18-02-2009

Foi o meu 1º baile de finalistas, eu tinha 15 anos e aquelas luzes e o barulho ensurdecedor eram para mim uma novidade incrível. Lembro-me que as meninas não podiam ir sozinhas e a minha mãe e a D.Fernanda, mãe da minha amiga Elisa, foram connosco. Coitadas, nunca mais nos viram no meio das luzes e do barulho e elas próprias nem se ouviam uma à outra. Foi a grande revolução, porque até aquela data era tudo sempre muito certinho e controlado, ao som dos Shegundo Galarza.Já lá vão mais de 40 anos!!!!

Élia Parreira..............02-03-2012

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