domingo, 26 de maio de 2013

Um olhar sobre o 20º Encontro

Olá Zé Ventura!
Já passaram mais de 15 dias, sobre o 20º encontro, que para mim, superou os anteriores. Por isso não me canso de falar constantemente desse memorável dia. Ontem estive a ver o vídeo no Blogue, e hoje escrevinhei aqui umas linhas acerca das conversas tidas com os amigos que estavam na minha mesa e na contígua. Dei-lhe o título de "Saudosismo". Como o Blogue tem andado muito vazio de comentários, se vires que isto tem algum interesse dá-lhe o caminho que entenderes.

Saudosismo
Neste 20º encontro convívio, além dos companheiros de mesa de anos anteriores, desta vez juntaram-se outros amigos já conhecidos de longa data. Como o grupo era grande, ocupámos duas mesas contíguas. Todos nós, com pequenas diferenças de idade, vivemos a nossa juventude na segunda metade dos anos 50 ou início de 60. Assim, nesse sábado 4 de Maio, antes, durante, e depois do almoço, foi um nunca mais acabar de histórias vividas nesses anos. Cada um à sua maneira, todos nos considerámos felizes. Uns, mais do que outros, porque a felicidade, quer queiramos ou não, é indissociável dos meios económicos de cada um. Como se falou muito do passado, perguntei se eram saudosistas. Todos responderam que sim, que eram saudosistas porque tinham saudades dos bons momentos vividos na sua infância, adolescência e juventude. Também sou saudosista acrescentei. Sou saudosista porque tenho saudades do companheirismo vivido entre os dezoito e os vinte e poucos anos. Contudo, como é óbvio, não tenho saudades das vicissitudes  anteriores, o que não quer dizer que as tenha esquecido.
Tenho saudades dos companheiros de escola, da amizade dos vizinhos, do convívio entre as famílias que ao domingo frequentavam os cafés da nossa cidade. Tenho saudades do Invicta, do Central, do Bocage, do Lusitano, e da esplanada do Parque na época de verão. Tenho saudades do “picadeiro” no Parque durante o verão e na Praça da Fruta aos Domingos no inverno após a saída das matinés. Tenho saudades do Pinheiro Chagas e do Salão Ibéria. Tenho saudades dos barcos do Lago e da Banda Comércio e Indústria no Coreto do Parque. Tenho saudades daqueles domingos de verão, a viajar como “sardinha em lata” nas camionetas dos Capristanos para a Foz do Arelho, ou no comboio, para Salir e S. Martinho do Porto. Tenho saudades dos bailes no Lisbonense e das verbenas dos Santos Populares do Bairro da Ponte. Tenho saudades da Feira do 15 de Agosto no Borlão. Do Carrossel “A Selva” (uma voltinha para a menina Carolina, outra voltareta para a menina Julieta ou outra voltarela para a menina Gabriela) das pistas de automóveis elétricos, dos Circos Mariano e  Arriola Paramés e do Poço da Morte. Tenho saudades das Festas de Tornada, da Serra do Bouro, do Campo, do Imaginário, da Senhora da Luz, do Santo Antão de Óbidos, da Foz do Arelho, e do Nadadouro, onde o padre só permitia danças de homens com homens e mulheres com mulheres porque o Coreto onde tocava a música estava situado em frente da Igreja! Parece anedota mas não é, porque eu estive lá e vi. Tenho saudades do C.C.C Clube Cénico Caldense e do Sporting Clube das Caldas. Tenho saudades dos acampamentos no Pinhal da Foz, e nas Dunas de Salir ou S. Martinho do Porto Tenho saudades dos bailes de garagem e de aniversário em casa de amigos, onde se dançava  ao som dum gira-discos de 33 r.p.m. Tenho saudades daquele verão em que um grupo de moças da Foz organizou quatro ou cinco bailes em garagens emprestadas. Garagens cujas portas foram sucessivamente apedrejadas pelos rapazes da Foz, até ao dia (neste caso a noite), em que o baile terminou com uma cena de pancadaria, ficando a "malta" das Caldas muito mal no "filme"! Aquele final de verão ficou para a história!

Por isso, e por muito mais, ainda hoje tenho saudades das raparigas da Foz. Quando por lá passo, é com alguma nostalgia que os meus olhos se fixam naquela casa de cor azul bastante desbotado.

Era naquela casa que morava  a Gabriela!

Tenho saudades! Tenho saudades! Tenho saudades!

Fernando Santos

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