quarta-feira, 28 de agosto de 2024

JORNAL O PROGRESSO - 15 DE MAIO DE 1947

Caldas da Rainha tem uma enorme tradição de cerâmica, e a nossa Escola teve um contributo muito importante, por isso recomendo vivamente a leitura deste pequeno texto que recolhi do Livro da Isabel Castanheira, “Rafael Bordalo Pinheiro à sombra dos Plátanos” pesquisado no Jornal “PROGRESSO”.  Ilustro este texto com uma fotografia do Júlio Calisto junto ao jarrão feito por ele, no ano lectivo de 1963/64 e que mais tarde seria oferecido à Câmara Municipal de Lisboa.
Escola Industrial e Comercial Rafael Bordalo Pinheiro
Autor: D. Ramos
A Escola Industrial e Comercial de Rafael Bordalo Pinheiro pode dizer-se que é, até ao presente, a última das metamorfoses da Escola de Desenho Industrial Rainha D. Leonor, que por Decreto de Emídio Navarro, datado de 1884, se criou nesta cidade com o fim de cooperar no desenvolvimento da indústria típica e tradicional das Caldas da Rainha — a cerâmica — o qual não podia depender apenas das empresas particulares interessadas na sua exploração comercial.
Ficou esta Escola instalada nos baixos dos Paços do Concelho, frequentada por 64 alunos, e por sugestão de Bordalo Pinheiro, em 1888 é dotada com uma aula de química, promovida num dos melhores laboratórios do País, sendo a sua regência entregue ao professor ilustre que foi Von Bonhorst, e logo no ano imediato com uma aula de pintor vidreiro, regida pelo próprio Bordalo, cuja sensibilidade artística e ação renovadora se fazem tão profundamente sentir, que revolucionaram a cerâmica caldense de forma a recolher as aclamações de nacionais e estrangeiros, ao mesmo tempo que se vão criando discípulos, ávidos de continuar a Obra do Mestre.
Uma reforma do Ensino Técnico em 1918, transforma em Escola de Artes e Ofícios, a Escola de Desenho Industrial, nome aquele que mantém até 1924, data em que se faz a união com a Escola Comercial, categoria a que tinha sido elevada a aula Comercial que existia desde 1919 e de que foram diretores o Padre Oliveira Hasse até ao seu falecimento em 1921, e o professor Moniz Barreto de 1921 a 1924, ano em que, como foi dito, ainda por outra reforma se faz das escolas então existentes, ou seja, a Escola
de Artes e Ofícios e a Escola Comercial, na atual Escola Industrial e Comercial de Rafael Bordalo Pinheiro.
A sua população escolar, distribui-se por três cursos: - o de Modelador Cerâmico, o de Costura e Bordados e o Comercial, o primeiro para o sexo masculino, o segundo para o feminino e o último para ambos os sexos, tendo a sua frequência aumentado consideravelmente nos últimos dez anos, acentuadamente no Curso Comercial, sendo bastante elucidativo a esse respeito, a mapa do movimento de matrículas que se segue

Anos Escolares

Matrículas

  Total

C. Comercial

C. Industrial

1937 - 1938

145

85

230

1938 - 1939

203

85

288

1939 - 1940

202

94

296

1940 - 1941

216

126

342

1941 - 1942

232

111

343

1942 - 1943

290

132

422

1943 1944

293

141

434

1944 - 1945

302

140

442

1945 - 1946

314

145

459

1946 - 1947

323

138

461

 


 

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