Este Ceramista e Escultor, retratado na foto de cima no lado esquerdo, foi professor da Escola e Director até 1945, altura em que lhe sucedeu no cargo o Dr. Leonel Sotto Mayor.
Vem isto a propósito porque aqui há dias fui surpreendido com um mail da Isabel do Valle, neta deste ilustre Professor, que me deu conta do seu interesse em saber coisas sobre o seu Avô e enviou estas fotos que como se pode ver pela dedicatória reportam ao ano de 1940.
Comecei a fazer as minhas pesquisas e a Matilde deu-me uma ajuda preciosa, diz ela:
....Alberto Morais do Vale, antigo professor e director da Escola, é o autor do baixo-relevo que se encontra no frontão da Casa dos Barcos. Esta obra ali produzida em cimento é uma alegoria à Pintura e à Escultura, tendo ao centro as armas da Cidade. Foi ali colocada na época em que o edifício foi preparado e beneficiado para receber o Museu José Malhoa. Inaugurado a 28 de Abril de 1934, dia do aniversário natalício de Malhoa – que falecera a 26 de Outubro de 1933 –, passou aquele espaço a denominar-se também Pavilhão Rainha D. Leonor.
A instalação provisória do Museu José Malhoa na Casa dos Barcos e os benefícios que este equipamento recebeu deveram-se à notável colaboração do Hospital Termal, proprietário do espaço, na pessoa do seu Director, Dr. Mário Rocha, que assim concorria para que a instituição nascente encontrasse um local de acolhimento condigno, se afirmasse e crescesse, homenageando o Pintor. Abria ao público de 28 de Abril a 26 de Outubro de cada ano, obedecendo também às condicionantes de clima; no restante período do ano, as obras de arte retiravam e a Casa dos Barcos cumpria a sua função de albergar os barcos do Lago do Parque. Este esquema duraria poucos anos, pois a colecção crescia e, cerca de 1938, o Museu apresentava-se ainda provisoriamente noutro local da Cidade. Em 11 de Agosto de 1940, o edifício próprio acabado de construir inaugurava-se com o nome de Museu Provincial de José Malhoa.
Se a memória não me trai, na colecção de cerâmica do Museu José Malhoa, existiu uma peça da autoria de Alberto Morais do Vale, uma figura de Mulher madeirense, com o seu traje regional, creio que uma garrafa, da qual servia de tampa a borla do chapelinho típico. Esta peça foi oportunamente transferida para o Museu de Cerâmica.
Espero que a pouca informação que tenho sirvam para ajudar a construir a memória de Morais do Vale. Sabes, a minha mãe fala nele, pois era dos professores seus tempos de aluna….
Em conversa com Sr. Hermínio de Oliveira, fiquei a saber que o Ceramista Morais do Vale, no início da sua permanência em Caldas, foi chefe da Cerâmica Moderna que era propriedade do Industrial Mourão.
Julgo saber que o busto de Bocage, no Café com o mesmo nome, também é de sua autoria.
Portanto minha boa Amiga Isabel do Valle, para já foi o que consegui saber, quem sabe se há por aí alguém que possa acrescentar alguma coisa.
José Ventura
Portanto minha boa Amiga Isabel do Valle, para já foi o que consegui saber, quem sabe se há por aí alguém que possa acrescentar alguma coisa.
José Ventura
Comentário:
Sou a neta mais velha de Alberto Morais do Valle. Eu e o meu irmão, José Manuel Morais do Valle Soares, sempre tivémos vontade de tirar do anonimato o valor do meu avô como escultor à época.
Pessoalmente, visitei, cuidadosamente, o Museu Malhoa, nas Caldas da Rainha e fiquei muito triste por não haver lá uma única obra do nosso avô.
Quer o meu irmão quer eu própria, não nos importávamos de ceder uma peça da nossa pequeno espólio para reparar essa falta.
Agradeço-lhe imenso estas referências, porque, deste modo, também, na Internet fica registado o nome e informação sobre o nosso avô.Bem haja!
Lia Morais do Valle Soares..............26-12-2008
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