domingo, 22 de março de 2009

A Mocidade Portuguesa

Quando aqui no Blog se publicam fotos relacionadas com a Mocidade Portuguesa, fico com a impressão que causa desconforto a alguns colegas, mas as coisas são como são e não é possível apagar o passado com uma borracha.
Estas fotos, com mais ou menos quarenta anos, têm que ser vistas, inseridas no contexto político da altura, onde o “Botas” atribuía à MP a finalidade de ...“estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares.”Para quem não se recorda a participação na MP, como qualquer disciplina, era obrigatória e passível de falta caso o aluno fizesse “Gazeta”.
As fotos que ilustram este “post” são dos álbuns do Filipe Domingos, Luís Henriques, Zé Ventura, Manuel Vasconcelos e Filipe Silva








Comentários:
O ZV disse o que tinha a dizer a propósito da MP. Não acrescento mais nada. Outros o farão.Mas não posso ficar indiferente à terceira foto com os «borrachinhos» lá da aldeia bem enquadradas pelos «garbosos militares». A minha querida amiga Zélia poderá confirmar os nomes. E como eram lindas as miúdas da minha terra.
J.L.Reboleira Alexandre..........23-03-2009
Caro Zé Ventura: Felicito-o pela publicação das fotos dalguns meninos (porque ainda o eram) fardados de MP (sendo você um deles) !
Também lá andei, a minha farda era emprestada e nunca cheguei sequer a Chefe de Quina! Mas não me envergonho de por lá ter passado.
Por isso digo-lhe que, em minha opinião, não se justifica qualquer sentimento de culpa...
Naquele tempo, tinham-se outras ideias sobre o que era a Escola, a Família, a Pátria e do papel que cada um tinha no seio destas; não se viviam os quadros de hoje, com agressões a professores, com violência entre alunos,com a balda generalizada nas escolas públicas.
Não sou adepto do autoritarismo do regime de então, mas tenho, isso sim, muita pena de ver estas imagens sem encontrar, nos dias de hoje, outras igualmente tradutoras da consciência de que aos jovens se deve pedir estudo (é o trabalho deles), disciplina e respeito pelos mais velhos, Pais e Professores.
Fico por aqui. Já chega para despertar a crítica de alguns mais "prafrentex"...Um abraço

Noronha..........23-03-2009
Estou perfeitamente de acordo com o referido pelo Fernando Noronha. Também eu sou do tempo em que a Escola era um local onde imperava a disciplina e NUNCA os "atropelos" a que infelizmente hoje assistimos. Os "Jovens" da minha geração, tal como eu, viam no "Continuo" um Deus- é força de expressão- e respeitavam-no com grande integridade. Hoje, infelizmente é "prato" diario os alunos agredirem os professores e ficam "impunes" a tais actos de indisciplina. Vamos todos dar" força" aos Conselhos Directivos no sentido de serem implacáveis com actos de indisciplina. Tenho netos que num futuro proximo irão frequentar o ensino médio e sinceramente estou preocupado. Espero que o bom senso volte, prevalendo os hábitos de posturas correctas e educadas que foi sempre a pratica dos "jovens" que na altura- anos 60- eram praticadas nas escolas.
Antonio Nobre.............23-03-2009
Amigo J.L.Reboleira Alexandre, pela minha, os "prafrentex" andam noutra...dos valores do respeito e boa educação, nem se fala...
Eu por acaso fui chefe de qina do centro extra-escolar, porque estudava no Colégio e isto servia-me requisitar Barracas de acampamento, para no verão acampar com a malta no Gronho. Muito a malta se divetia.
Um abraço do amigo

João Ramos Franco........23-03-2009
Parabéns ao nosso Zé Ventura por nos trazer algo que queiramos ou não faz parte do nosso passado, como e muito bem, diz o Noronha.
O Nobre diz que M.P. era dos anos 60's, mas na minha Instrução Primaria fins dos anos 40 eu já me vejo numa foto, fardado ao lado de um grande professor da época o (Professor Rodrigues).
Para muitos era um fato que ficava bem,calcao kaki camisa verde (Sporting) que não havia la em casa e eu fazia parte desses muitos. Já na escola secundaria não me lembro de ter uma talvez por o meu tio me chamar, piolho verde. Apesar de haver um mais malandreco que os outros éramos uns santinhos apenas pecávamos, por ir-mos a Mata dar rabia ao guarda que era o senhor Longo e que nos alcunhamos por Peixe Sapo Eu penso que tínhamos esse gosto por ele por vezes não nos deixar jogar a bola. Um cumprimento especial ao João Franco que já nao vejo desde 1965 em Luanda e ao M. Capinha que reconheci pela foto quando ele ainda moço. O outro Capinha vou sempre cumprimenta-lo quando ai vou.Por aqui no Canada, também existem certos problemas entre alunos e também há requalificação dos professores e nos próprios empregos.

Chaves..........24-03-2009

«A nossa juventude adora o luxo, é mal-educada, despreza a autoridade e não tem o menor respeito pelos mais velhos. Os nossos filhos hoje são verdadeiros tiranos. Eles não se levantam quando uma pessoa idosa entra, respondem aos pais e são simplesmente maus».
Esta é a primeira frase de uma série de quatro que há tempos recebi num dos muitos e-mails que vamos recebendo diariamente, quer queiramos quer não. A selecção terá sido efectuada por um tal Ronald Gibson, médico inglês, no começo de uma conferência sobre «conflitos de gerações». Curiosamente, a frase transcrita é atribuída a Sócrates (o filósofo) que foi obrigado a beber a cicuta há mais de 2400 anos, por ser considerado pelos atenienses da época como demasiado «prafrentex». A actualidade do tema dá, no mínimo, para reflectir.

Artur R. Gonçalves.............24-03-2009
Olá, Zé!
Gostei tanto de andar na MP que ainda guardo religiosamente a minha camisa verde da farda.
Foi graças à MP que tinha férias inesquecíveis mais a Aida Dias...muito nos divertíamos!
Os preparativos para os campos de férias eram cheios de emoção e de nervosismo, pois tínhamos de marcar com o nosso número toda a nossa roupa interior e exterior, era cá uma trabalheira!!!
Conhecíamos outras alunas de todo o Portugal e eram dias espectaculares, noites cheias de malandrices para com as vigilantes, só realmente quem por lá passou e viveu tudo isto com intensidade da nossa juventude...
Obrigada Zé por te lembrares!

Lurdes Peça............24-03-2009
Não vejo nada de mal em assumir-se o passado, ainda para mais quando os intervenientes nem podiam dizer que não.
Eu por acaso não fui da Mocidade apenas e só, porque tendo andado no Seminário, já entrei na Escola no 1º ano do CG de Comécio...senão, teria sido mais um...
Já agora...: o militar à frente da fanfarra era o sargento José da Costa..?
E já falta pouco para o dia 09 de Maio não é...?

Maximino ...............26-03-2009

Não se deve e muito menos se pode apagar o passado, claro está.
Todavia o tempo e os tempos, sobretudo em liberdade, permitem ao indivíduo, aos indivíduos, modificarem-se e fazerem opções que naqueles tempos não estavam ao alcance da grande maioria dos portugueses.Sabemos hoje que aqueles que não se sujeitavam ao "statu quo", pagavam caro essa "ousadia", por vezes com a própria vida.
A propósito dos comentários livres que acima são expressos e que respeito,convém dizer que só são possíveis por ter havido em Portugal uma revolução - 25 de Abril de 1974 - que acabou com uma longa ditadura que era apoiada pelo director da "nossa" escola. Creio ser dispiciendo recordar os discursos do "Mocho" por ocasião do 1º de Dezembro e do 10 de Junho.
Convém também, creio,e que me perdoem os meus ex-colegas, não fazer confusão entre autoridade e autoritarísmo. Autoritarísmo era a característica da direcção da escola naqueles tempos idos.
Creio, igualmente, que não se deve confundir quem até aos treze anos foi obrigado a "andar" na M.P. com aqueles que, já adultos, militaram na Legião ou na U.N. ou A.N.P. ou ainda outros que fizeram parte da PIDE. Aí, alto e para o baile.
Ora, por mais actos de contricção e penitências que lhes sejam aplicadas, esses não têm desculpas. Como diz Torga "o arrependimento não tem efeitos retroactivos".
Já agora, um pequeno exemplo, entre muitos outros que poderia citar: "O Processo dos Bancos",ilustra bem o autoritarísmo do director, que "lixou", castigou uma turma inteira, sem cuidar de apurar a verdade dos factos e respectivos responsáveis pelo acto.
Alguma "brandura", por vezes excessiva, que, por vezes, hoje se verifica em algumas escolas não pode servir para convocar os processos "didácticos" daqueles tempos.
Que aconteceria no tempo em que frequentámos aquela escola se tentassemos publicar um "texto" deste tipo? Seria publicado? E, em caso afirmativo, onde iria parar o autor"?
Não apagar o passado para mim é um axioma. Porém, defendê-lo ... aí já a música é outra.
Dirão, com razão, os meus contemporâneos na escola "é pá, tu estavas metido em todas as confusôes, eras mau aluno, etc".
Não sei se o defeito era só meu.
Ainda hoje tenho dúvidas que fosse apenas eu o mau da fita.
Sem que isto constitua uma postura de vaidade, lembro que, na mesma escola com outro director fui bom aluno e, mais tarde, noutra escola, num outro ambiente e com outras exigências também fui bom aluno.
"Visões e versões sobre a mesma realidade?". Será só isso?
Encontrar-no-emos no próximo almoço.

Marques.......23-04-2009

Ora aqui está alguem com quem me sinto perfeitamente identificada, em opinião bem entendido, não conheço " Marques" não sei quem é mas gostei e não foi por ter um apelido igual, é que nunca gostei mesmo da MP pelo que, para mim representava uma aproximação da tropa.

Anónimo..........08-05-2009


Não seria preciso acrescentar mais nada.Cinco estrelas pelo comentário,e um abraço.
Candido cunha.............17-02-2013 

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