sexta-feira, 13 de julho de 2012

As Recordações das férias da Fátima Valente

Aqui está um óptimo mote para desenvolver o blog nestes meses de verão, as recordações das férias.
Iniciamos o tema com um texto da Fátima Valente. Ficamos á espera de outras “estórias”.

A inactividade do nosso blogue revela bem que bastantes colegas se encontram já de férias, apesar dos cortes impostos pelo Governo.
Podem os caldenses considerar-se uns privilegiados, pois a localização geográfica da nossa cidade permite-nos usufruir de campo e praia bem perto das nossas casas, podendo, assim, gozar umas férias mais económicas.
Hoje em dia, qualquer um de nós dificilmente resistirá aos encantos das praias algarvias - muda-se de ares, temperaturas mais elevadas, águas mais quentes...
O mesmo acontece comigo! No entanto, não consigo esquecer a minha praia, aquela que frequentei desde o dia em que nasci – S. Martinho do Porto!
Naquele tempo, só nós e mais duas ou três famílias caldenses (entre elas a da nossa colega Graça Jordão) passávamos ali o Verão; toda a restante cidade se deslocava para a Foz do Arelho.
Acabado o ano lectivo, lá íamos nós “de armas e bagagens”, regressando apenas nos primeiros dias de Outubro, diria que abríamos e fechávamos a época balnear.
A nossa casa não podia ter melhor situação – em plena “Rua dos Cafés”, mais correctamente Rua Vasco da Gama. Nas águas-furtadas, havia uma mini-sacada de onde a minha mãe (que detestava praia e nunca lá punha os pés) contemplava todo o intenso “formigueiro” que se vivia naquela rua; sobretudo de noite, a agitação e o barulho eram enormes.
Anos mais tarde, já velhota e abandonada pelos proprietários que preferiram outros cenários, acabou por ser vendida. Mas deixou saudades...
Nesse mesmo local, (desconheço os meandros do negócio), está agora instalado o elevador que dá acesso à parte superior da vila, aliviando o sacrifício de quem era obrigado a subir aquela ladeira demasiado íngreme quase ali ao lado.
Escusado será dizer que eu ia para a praia, atravessando aquelas ruas secundaríssimas que ali desembocavam, descalça e apenas de fatinho de banho, não valia a pena levar mais nada!
E, contam-me que, quando o meu pai chegava às barracas (alugadas sempre pelas mesmas pessoas que teimavam em conservar-se vizinhas) e perguntava:
__ “Onde está a minha Fátima?”
A resposta era invariável:
– “Ora, onde é que há-de ser? No cais!”
Não se enganavam! Ali andava eu horas infindas, naquela rampa escorregadia, subindo, descendo, mergulhando... Tomei banhos que me chegaram para a vida inteira, hoje nem os pés molho...
E foi daquela casa que, num certo dia de Agosto de um ano já distante, saí para me casar no lindo Mosteiro de Alcobaça, cerimónia gentilmente realizada pelo Padre Nobre, de S. Martinho, que, um ano depois, baptizou igualmente o meu primeiro filho, mas já na sua Igreja.
Como constatam, aquela praia esteve directamente ligada à minha vida; foi ali que conheci o meu marido alguns anos antes, foi naquelas dunas de Salir do Porto (que ainda hoje me atraem, mas que já não me atrevo a subir, por muitas promessas que faça aos meus netos) que....
Queriam saber o resto? Talvez num próximo capítulo, vão esperando!
Em troca do relato das vossas férias, que espero sejam também muito fascinantes, sim?
Mas, para remate, devo confessar que, apesar de agora frequentar outras paragens, não posso deixar de reconhecer que é verdadeiramente um sonho aquela baía de S. Martinho do Porto!
Fotos do suplemento da Gazeta das Caldas sobre S.Martinho do porto

Comentário:
Jose Luis Alexandre
Pois é Fatima Valente, foi naquelas dunas de Salir do Porto que...tantos de nós. Esta foto da estação de S. Martinho, com as estórias que o chefe contou ao CC da Gazeta, deu para saber que o jornalista não é de cá...Quem sabe se um dia sairão outras estórias passadas esntre os muros daquelas paredes, da antiga estação do Bouro, que não fica na Serra do mesmo nome, mas ali ao lado do Chão da Parada.

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